Kall77,
Primeiramente, quero lhe parabenizar pela excelente pergunta!Olhe, estive na Holanda e passei quase um mês em Amesterdã em 2003. quando a gente viaja, aprende muitas coisas sobre a gente mesmo, sobre a nossa cultura e sobre os costumes do povo local. Lá descobri que nem eles são modelo para eles mesmos. Há muitas leis que estão sendo revistas e pude constatar com meus próprios olhos: gente pedindo esmolas, roubos e suícidios. O sistema de educação está sendo revisto e parece que implantarão escoltas para professores, tamanho aumento da violência contra docentes. Não posso negar que pelo tamanho pequeno do país e de sua cultura, há elementos interessantes e satisfatórios. Pude passear por Amsterdã, histórica preservada, florida e usando uma simples bicicleta e meu passaport ficou retido. Se eu tivesse cometido alguma infração "bicicletistíca" eu teria que pagar a multa para ter novamente o meu passaport. Há pistas exclusivas para o uso da bicicleta, muita disciplina e limpeza na cidade. No entanto, assim que entra a madrugada de sábado, você poderá ver pessoas drogadas sendo levadas de ambulância para o pronto-socorro e muitas pessoas caindo no chão por conta do abuso de álcool ou outra droga lícita lá. O fato de a prostituição ser legalizada, trouxe o comércio bem ético e salários decentes para os profissionais do sexo.
Amigo, indo para a filosofia, faço-lhe um desafio: "Quem é o seu modelo?" Penso que você deve ser o melhor modelo para si mesmo, pois, do contrário, sempre desejará ser outra pessoa e ficará eternamente insatisfeito, pois, concretamente, você só consegue ser você mesmo e obter o seu melhor. Não estou dizendo que a gente não deva ter referências ou coisas interessantes. Penso que isso é saudável, mas acredito sinceramente, que o melhor modelo para a gente deverá ser inventado criativamente por nós. Nossa cultura é tão peculiar e singular das outras, que qualquer modelo importado ou "imposto" poderá ser uma perda de tempo, dinheiro e energia política. Você já tentou mudar somente por fora? Se conseguiu, isso é mudança de aparência. A verdadeira mudança social é construída com muita discussão e honestidade. Como professor defendo que a gente pode começar em casa essa mudança: 1) tendo poucos filhos (no máximo dois); 2) nunca gastando mais do que se ganha (economizar ao máximo e isso incluí os recursos da natureza); 3) aprender sempre (nossa mente precisa e pede isso); 4) aprendendo a votar corretamente e (cobrar a concretização das propostas na fase da candidatura ou de eleição). Um abraço e espero ter ajudado.